2012: A Revelação
Mas porque é que se continua a acreditar nestas teorias se, até agora, nenhuma delas, felizmente, deu certo?

Falhou 100% das vezes, mas continua a resistir ao tempo, à razão e à ciência. A explicação reside nesta pequeno grande mundo que é o cérebro humano.

O nosso cérebro é uma máquina programada para extrair sentido do mundo. Assim sendo, somos levados a atribuir ordem e significado às coisas, mesmo onde tudo é casual. Podemos verificar isso mesmo com a existência de constelações no céu. Não serão apenas criações mentais para organizar o caos estelar? A maioria dos acontecimentos é fruto do acaso, contudo, a predominância do aleatório em relação ao determinado criar uma sensação de impotência! Daí a complexidade e beleza da vida, mas o cérebro necessita de pôr ordem nessas coisas complexas e, por isso, quando é necessário, recorre ao sobrenatural.

Assim, somos capazes de associar factos aleatórios, atribuindo-lhes um sentido, formando teorias como estas. Mas será, por isso, tudo mentira?

Segundo a teoria da dissonância cognitiva, de Festinger, ideias contraditórias, psicologicamente desconfortáveis, são estímulos para a mente obter ou inventar novas crenças ou modificar pré-crenças de forma a reduzir esse paradoxo.

Essa devoção pode ser tão grande que mesmo o mais condenável comportamento de um profeta pode ser racionalizado.

Para quem acreditava que o mundo iria acabar em 2000 e constatou que o mundo não acabou, restam quatro opções. Para conseguir continuar a viver consigo mesma, essa pessoa terá de acreditar que as leituras foram mal feitas, acreditar na falsidade dos teóricos do apocalipse, acreditar que o apelo foi ouvido por Deus ou acreditar que o mundo acabou, mas de outro modo. Estas são as estratégias directas, contudo existe sempre a opção de esquecer tudo e voltar a atenção para outras coisas.

Todo o processo de dissonância cognitiva está relacionado com a imagem que construímos de nós próprios. A maior parte de nós considera-se competente, moral e esperta, mas como seres humanos, estamos vulneráveis ao erro e, por isso temos a tendência para nos justificar e fugir às responsabilidades.

Contudo, se assim não fosse, nenhum de nós conseguiria dormir… Com este modo de vida, a pessoa fica livre de sentimentos que levam a estados de espírito desagradáveis como a vergonha, a raiva, a ansiedade, a culpa e o stress. Por outro lado, esta atitude pode ter outras consequências menos positivas.

Concluímos então que devemos utilizar a ciência concreta e objectiva para conseguirmos distinguir o que é realmente verdade do que apenas aparenta ser correcto. Assim, devemos assumir uma atitude crítica perante as teorias com que nos confrontamos, devendo cada um de nós julgar a teoria de Nostradamus, a teoria dos Maias….

Como se não bastasse, existe uma certa adrenalina sugerida por estas teorias do fim do mundo. Não é bom sobreviver a todos estes “fins do mundo”?

Estaremos à beira do abismo ou tudo isto não passa de uma artimanha no nosso próprio cérebro? 

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